quarta-feira, abril 08, 2009

24 de janeiro de 2008; notícia

Era quase nove horas da manhã quando recebi uma chamada no celular. Pelo visor, reconheci ser número de São Paulo e logo imaginei que fosse tu, embora estranhasse o horário, número e não pudesse sequer imaginar o porquê da chamada. Assim que atendi, uma voz de mulher chorosa falava no outro lado da linha, dizendo ser tua prima e contando tudo o que sabia.

Ela me contou do teu acidente, falou que lamentava o fato do velório ser tão longe, mas disse que não poderia deixar de nos avisar aqui no Sul, pois tinha ouvido falar muito da gente, pois tu, Dan, sempre comentava da saudade e da angústia que sentias quando ias embora. Confesso que sorri nesse instante, era bom demais saber, por terceiros, o quanto nos considerava.

Com os olhos marejados de dor, desliguei o telefone e fiquei atônita. Era surreal acreditar naquilo, sem, felizmente, te ver de olhos fechados para um sono sem volta. Por maior que estivesse a minha dor, naquele momento, ainda morava uma esperança no meu peito, dizendo que tu ainda voltarias de São Paulo para as nossas tardes de maricotas, de fofocas, de histórias, brigadeiros e sorrisos.

E como acreditar? Como matar a falsa esperança que me fazia sobressaltar assim que o telefone tocava? Eu esperei, por algumas semanas, o teu telefonema, esperei ouvir a tua voz rouca dizendo um "cheguei" todo empolgado para, posteriormente, te ver e te dar um feliz ano novo de abraço, um feliz ano novo de verdade.

Aquele dia, Dan, dia vinte e quatro de janeiro, o verão acabou pra mim. Faltava e sempre irá faltar uma parte ímpar e particular dele, a hora da tua volta. Precisei de semanas de silêncio para aceitar o fato e, aceitá-lo, foi uma das horas mais infelizes de toda a minha vida.

7 comentários:

  1. E eu chorei. Ele tá em São Paulo. É amor proibido e personagem de muito texto meu. Eu fico em BH, lamentando a vida injusta que não vai unir nós dois. E morro de medo desse dia. Onde ele não estará mais lá.

    Faço silêncio. Texto teu mexeu comigo.

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  2. Desde a primeira vez que eu li você falando do Dan (acho que foi no Drapetomania ainda, fui vero orkut e tudo mais...) eu já senti saudades do Dan.

    # saudades do Dan;

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  3. Queria ser solidária a essa dor e a essa saudade que carrega.

    Meu beijo.

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  4. Ai, isso dói demais...
    Passei por aqui para retribuir a visita...

    Beijinhos...

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  5. Que triste! =/

    Eu sinto muito. Eu também perdi um amigo, muito querido o Rômulo, Romelette para os íntimos, era tão brincalhão. Infelizmente foi levado muito cedo de mim, de outros amigos e familiares. E foi assim de repente... Quantas lembranças. E parece que ele não se foi. Que nada disso aconteceu.

    ...

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  6. Fê,

    Esse canto aqui eu não conhecia. Não consegui parar de ler. Tô em prantos. Doendo, pela alma. E chorei [coisa rara de acontecer nesse mundo de blogs, comigo].

    Faço parte daqui, agora.

    E eu tomei Dan como parte de mim. Pode?

    Beijo, frô.

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