quarta-feira, março 25, 2009

23 de janeiro de 2008; por Bella.

Àquela manhã eu cheguei a conclusão de que dois meses passam rápido demais. Tu arrumavas tua mala no quarto ao lado do meu, agoniado, para não esquecer nada. E eu estava impaciente. E triste. Porque as férias só eram boas pois eu podia te ter comigo todos os dias, era o que me bastava. Mas naquele dia, tu estavas indo embora.

Meio-dia, quando tu rias, gostoso, de feliz que tava eu pude ser tomada de felicidade também. Era bom te ver sorrindo, mostrando aquele teu melhor sorriso, no qual apareciam todos os teus perfeitos dentes brancos. Sabe, mano, quando tu rias, o mundo parava pra mim...

Eis que o final de tarde veio rápido demais e logo tive que te dar um tchau de abraço apertado. Engoli todas as lágrimas que se formavam, porque achava patético chorar, eu já era moça grande. Nunca te confessei o quanto doía quando tu ias embora? Pois é.

Percebendo ou não a minha agonia, tu veio para um abraço apertado e me desses um beijo estralado na bochecha, me botasses de volta ao chão e, bagunçando meu cabelo, soltasses as frases mais doloridas, hoje, pra mim: "Carnaval eu volto, maninha". E saísses dando risadas, jogando a chave do teu carro novo para cima e a pegando no ar. Acenasses um último tchau enquanto eu te desejava uma boa viagem. Irônico, não?

Lembro que fui tomada por uma agonia assim que tu sumiu na esquina e sabia que esta só passaria assim que tu ligasse de Balneário, dizendo que tinha chego. Eu estava no quarto, vendo fotos do nosso revellion, quando tocou o telefone. Não tinha nem uma hora e meia que tu tinha partido. Sobressaltei com o segundo toque, meu coração batia a mais de mil. Atendi meu telefone da Sininho, presente teu de quando tu veio dos Estados Unidos e atendi, com o coração na garganta. Não bem terminei de dizer "alô" e o cara de voz serena já foi falando: "Aqui é o sarjento Teixeira, eu poderia falar com a senhora Tânia Maria Monteiro ou com o senhor Sérgio Monteiro?". Respondi um só um minuto quase sem voz e berrei para a mãe atender, lá embaixo, pois o pai ainda não havia chego.

Sei que é errado Dani, mas aquele dia eu ouvi o começo da conversa. Assim que a mãe disse "Pois não, Tânia", o homem da voz serena adotou um tom mais cauteloso e sério: "Senhora Tânia, aqui é o sarjento Teixeira, do Corpo de Bombeiros. Por acaso Daniel Monteiro, motorista de um Vectra preto, é filho da senhora?". Não ouvi nem a resposta da mãe, mano. Desliguei o telefone e comcei a chorar. Eu não sei bem explicar como, Dani, mas naquela hora eu já sabia. Como se eu pudesse te sentir ali, naquela hora, chorando, abraçado comigo.

Sempre que tu ia embora, mano, meu dia virava noite mais cedo. E nesse dia, anoiteceu e não amanheceu mais...

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