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quinta-feira, agosto 27, 2009

Diálogo;

quinta-feira, agosto 27, 2009 1
— Desculpas por aparecer hoje, sei que era vez de escrever por ti, mas há dias quero falar, só não sei como...

— Não peça desculpas por uma culpa que você não tem, bonita. Até porquê, eu detesto regras e estereótipos, tu bem sabe. Aqui é apenas um canto de saudade, para quando der vontade, aliviar. Mesmo porque, moça, eu não saberia o que escrever.

— Eu sei disso, pois tu me falha. Não sei mais de você e isso tem me atormentado tanto, Dan. Dá um aperto no peito, pois sinto te perder no pensamento, você está cada dia mais perto do lado do esquecimento aqui dentro. Não que eu vá te esquecer, pois tu és inesquecível, mas eu te perco nos detalhes. Já não mais recordo tua voz, teu sorriso não me vem com facilidade e isso me dói tanto.

— Não seja boba, bonita. Sei bem que isso é uma inverdade, é coisa dessa tua rotina corrida, dessa tua vida cheia de cores, de medos, anseios e sonos profundos. Em sonhos, bonita, a gente se

quarta-feira, junho 24, 2009

Apenas sentir:

quarta-feira, junho 24, 2009 6
Um 'breve' relato meu, do meu
sentimento por ti.

Meados de 2005 quando me esbarrei, pela primeira vez, em ti. Foi um encontro casual, sem planejamentos. Acaso total. Eu, você, uma fila de cinema. E só. Trocamos palavras, reclamamos da demora na fila, rimos gostosamente. Um tchau. E só. Simpatia à primeira vista de minha parte. Você, o melhor sorriso daquele meu dia, a risada mais gostosa e a voz rouca mais perfeita. Encanto, meu.

Ironia do destino, ou não, voltamos a nos esbarrar em corredores movimentados. Novas trocas de olhares, sorrisos. Procurasses por mim, virtualmente. Conversamos. Longas horas de conversa descontraída, de sintonia perfeita e gostos parecidos. Era o começo de uma amizade sem fim, mesmo que o fim nos batesse à porta.

Tu foste motivo de ciúmes de namorados, de brigas desnecessárias. Eu achava um absurdo sentirem ciúme da minha metade, sentir ciúme do meu anjo na Terra. De mim, homem. Éramos unha e carne, mesmo não nos vendo todos os dias. Nos sentíamos e bastava. Afinados. Simétricos. Ninguém era capaz de conhecer-me tão perfeitamente como tu. Eras meu conselheiro, meu braço direito e esquerdo, a voz da minha razão, o calmante das minhas emoções e as risadas, camaradas, das minhas piadas sem graça.

Passamos três natais longe. Tuas férias não eram minhas, não eram aqui. Acumulavam-se fofocas, acumulavam-se lágrimas e necessidade de ter você perto, para me acudir. Nunca neguei o quanto eu precisava da tua razão em mim e assim foi. E assim é. E assim será. Nas férias de 2007-2008 você foi embora, deixando prévia saudade. Coisa rápida, como sempre. Dois meses e voltava nossa rotina, voltava a nossa melodia e risos mudos.

Voltava. Mas não voltasse.

Meu coração quebrou em mil pedaços quando dei por mim que não chegarias mais. Minha razão voou pela janela, a emoção inundou meu quarto e as lágrimas transformaram em chuva um lindo dia de sol. Foi como se jamais pudesse voltar a ser inteira, como se meu coração fosse parar de bater e eu vivesse, sempre, com dificuldade de respirar, fazendo doer. Doendo, tempo inteiro. Uma ferida, profunda. Tua.

Como sempre me dizias, nenhuma dor dura pra sempre, bonita. E ouvi, mentalmente, essa frase todo dia. A dor, passou com o tempo. As lágrimas não mais me matavam. O pedaço que me faltava, ainda me falta. A saudade, ainda sufoca. Mas você sempre foi de estar presente, mesmo que assim, ausente. É o teu sentir em mim. É você vivendo, agora, cá dentro e transbordando de vida em lágrimas minhas, em sonhos e em noites claras, que me vens sentar à beira da cama, contar casos, acalentar a alma e cantarolar no vento...

quarta-feira, maio 20, 2009

24 de janeiro de 2008; noite.

quarta-feira, maio 20, 2009 6
Aquele dia foi inteiramente vazio pra mim. Depois do telefonema de uma moça de voz sofrida, escrevi um pequeno texto de "vá em paz" no meu blog todo desconfigurado e fora de coeração, pois não dava para somar um mais um e chegar a dois. Foram palavras soltas e vazias, como o que morou em meu peito. Incertezas, interrogações e um jeito todo humano de negar e não aceitar as coisas. Assim como muitos, eu não queria acreditar que aquilo era realmente verdade.

Ouvi Love in the afternoon na voz rouca de Renato Russo repetidas e seguidas vezes durante a tarde inteira. Nunca havia parado para pensar na letra e, aquele dia, veja só, ela pareceu feito luva, escrita para a situação, escrita para mim e para você. Meu verão tinha acabado cedo demais, uma peça ficaria faltando e não haveria nada que a pudesse preenxer. Seria um eterno e doloroso vazio.

A música me massageou a alma e tornava mais fácil e silencioso chorar, pois um choro soluçado não me faria ouvir a melodia e acompanhar a letra que eu cantava mentalmente. Vai com os anjos, vai em paz! Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade. Até a próxima vez. E a dor querendo arrancar meu coração de dentro de mim, lembrando das nossas eternas tardes de risos e compreensão. Nossa amizade era simples, era sincera. Dava pra sentir só pelo fato de respirar.

E essa mesma música embalou-me para um descanso. Ao deitar minha cabeça no travesseiro, abracei um outro, mais gordo, e chorei silenciosamente a tua perda e senti que era pra sempre, que seria um até breve demorado e que só em sonhos poderia te ver e ouvir a tua voz rouca, ver teu rosto de barba mal feita e o meu sorriso preferido. Não tardei a fechar os olhos, só para te imaginar, só para tentar sentir a tua presença. E senti.

Sem saber porquê, pude sentir que você estava ali. Era uma noite tranqüila, sem lua, sem vento. Digna de negrume de tristeza. E percebi você tão nitidamente que poderia jurar sentir teu perfume, ouvir a tua respiração vã. E acalmou-me saber que estavas em paz. Sentei-me na beirada da cama e abracei o vento-você. Era o nosso reencontro de férias. Era a nossa despedida.

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais.

quarta-feira, abril 08, 2009

24 de janeiro de 2008; notícia

quarta-feira, abril 08, 2009 7
Era quase nove horas da manhã quando recebi uma chamada no celular. Pelo visor, reconheci ser número de São Paulo e logo imaginei que fosse tu, embora estranhasse o horário, número e não pudesse sequer imaginar o porquê da chamada. Assim que atendi, uma voz de mulher chorosa falava no outro lado da linha, dizendo ser tua prima e contando tudo o que sabia.

Ela me contou do teu acidente, falou que lamentava o fato do velório ser tão longe, mas disse que não poderia deixar de nos avisar aqui no Sul, pois tinha ouvido falar muito da gente, pois tu, Dan, sempre comentava da saudade e da angústia que sentias quando ias embora. Confesso que sorri nesse instante, era bom demais saber, por terceiros, o quanto nos considerava.

Com os olhos marejados de dor, desliguei o telefone e fiquei atônita. Era surreal acreditar naquilo, sem, felizmente, te ver de olhos fechados para um sono sem volta. Por maior que estivesse a minha dor, naquele momento, ainda morava uma esperança no meu peito, dizendo que tu ainda voltarias de São Paulo para as nossas tardes de maricotas, de fofocas, de histórias, brigadeiros e sorrisos.

E como acreditar? Como matar a falsa esperança que me fazia sobressaltar assim que o telefone tocava? Eu esperei, por algumas semanas, o teu telefonema, esperei ouvir a tua voz rouca dizendo um "cheguei" todo empolgado para, posteriormente, te ver e te dar um feliz ano novo de abraço, um feliz ano novo de verdade.

Aquele dia, Dan, dia vinte e quatro de janeiro, o verão acabou pra mim. Faltava e sempre irá faltar uma parte ímpar e particular dele, a hora da tua volta. Precisei de semanas de silêncio para aceitar o fato e, aceitá-lo, foi uma das horas mais infelizes de toda a minha vida.

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