na falta de um título, deixo aqui minhas reticências [...]
Bella Monteiro
segunda-feira, agosto 10, 2009
7
Ontem. Impressiona-me a quantia de vezes que, para escrever de você ou da saudade que me mora, eu começo sempre com 'ontem'. Queria entender o porquê de sempre ser noite quando tu vens me ver, a mãe sempre diz que é a noite que o coração está mais puro, aliviando-se das tensões e mentiras do dia, por isso fica mais leve e mais propenso à te ver. E eis que.
Sabe, mano, às vezes não sei se é pior imaginar-te ou realmente te ver. É que doi te ter perto outra vez, ver todos os teus traços que são meus também. Já não basta eu ter que carregar o teu olhar no meu? Ter que te encarar nos olhos quando me vejo no espelho e ainda tenho que te ver, nos sonhos? Não leve como crítica, mano, não. Eu gosto, mas dói, depois.
Faz um-ano-quase-dois que tu se foi para sempre ser jovem. Gosto disso, te imaginar sempre como meu irmão mais velho que estacionou no tempo e nunca mais vai envelhecer. E será engraçado quando eu for velha e te ver novo e essa é uma das questões que me atormentam os pensamentos, de vez enquando. Será que, quando eu for velha e me juntar à ti, eu voltarei a ser a irmã mais nova? Ou serei tão velha quanto for falecida e, assim, irmã mais velha que você?
Queria que me perdoasses por eu ser tão jovem, boba e recorrer à ti com mais frequência. É que sei que assim será por anos, na minha formatura, no meu casamento. Sabe, mano, meu primeiro filho carregará teu nome e, espero, teus olhos. E será tão cachorrento como tu, tão atentado e tão amado como tu foste, como tu é.
Aqui, eu só carrego saudade. E uma esperança de um até breve. Que seja, então.
Sabe, mano, às vezes não sei se é pior imaginar-te ou realmente te ver. É que doi te ter perto outra vez, ver todos os teus traços que são meus também. Já não basta eu ter que carregar o teu olhar no meu? Ter que te encarar nos olhos quando me vejo no espelho e ainda tenho que te ver, nos sonhos? Não leve como crítica, mano, não. Eu gosto, mas dói, depois.
Faz um-ano-quase-dois que tu se foi para sempre ser jovem. Gosto disso, te imaginar sempre como meu irmão mais velho que estacionou no tempo e nunca mais vai envelhecer. E será engraçado quando eu for velha e te ver novo e essa é uma das questões que me atormentam os pensamentos, de vez enquando. Será que, quando eu for velha e me juntar à ti, eu voltarei a ser a irmã mais nova? Ou serei tão velha quanto for falecida e, assim, irmã mais velha que você?
Queria que me perdoasses por eu ser tão jovem, boba e recorrer à ti com mais frequência. É que sei que assim será por anos, na minha formatura, no meu casamento. Sabe, mano, meu primeiro filho carregará teu nome e, espero, teus olhos. E será tão cachorrento como tu, tão atentado e tão amado como tu foste, como tu é.
Aqui, eu só carrego saudade. E uma esperança de um até breve. Que seja, então.